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SEMANA EM REVISTA

7 de agosto de 2020



NA PRÓXIMA SEMANA

A tensão entre os Estados Unidos e a China deve dominar o noticiário nos próximos dias, principalmente por causa da revisão do acordo comercial entre os dois países, agendada para 15 de agosto.

As relações entre norte-americanos e chineses estão estremecidas por vários fatores, mas os mais recentes dizem respeito a suspeitas que os norte-americanos estão levantando a respeito da segurança de equipamentos e softwares fornecidos por empresas chinesas, assim como ao apoio dos Estados Unidos aos protestos em Hong Kong. Iniciativas da Casa Branca que contestam simbolicamente a dominância de Pequim sobre Taiwan, como a visita do secretário de Saúde norte-americano à ilha, também entram nesse caldeirão. 

Parte desse aumento na tensão reflete o jogo político nos Estados Unidos. Trump está perdendo apoio nas pesquisas de intenção de voto, e algumas começam a apontar seu rival democrata, Joe Biden, como provável vencedor nas urnas na eleição de novembro. A agressividade em relação à China é a marca registrada da administração atual, e o ressurgimento dela agora não é coincidência.

O mercado deve monitorar de perto este assunto por causa das potenciais consequências econômicas do distanciamento entre os dois países, entre eles a possibilidade de a China adotar medidas retaliatórias aos Estados Unidos - como as que foram tomadas no auge da guerra comercial entre os dois países.

Fora isso, vale acompanhar os dados sobre o setor de serviços de vários países, na quarta-feira. No mesmo dia serão publicados dados sobre a inflação dos Estados Unidos, e na sexta-feira sairão os números de vendas no varejo e produção industrial do país e da China.

No Brasil, o destaque vai para a divulgação da ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom. Na quarta-feira, o grupo reduziu a taxa básica de juros (Selic), como se esperava, mas indicou no comunicado com a decisão que ela pode cair mais, a depender do cenário fiscal.

O Copom também indicou ao mercado que a inflação só deve chegar perto do centro da meta em 2022 e que qualquer aumento nos juros no Brasil precisará ser precedido de elevação das expectativas do mercado e da própria instituição para a inflação. 

Também estão previstos para a semana que vem os dados que ajudarão os investidores a terminar de pintar o quadro sobre a economia no segundo trimestre. Na quarta-feira estão previstos os dados sobre as vendas de varejo de junho, seguidos na quinta-feira pelos números sobre a receita do setor de serviços no mesmo período. Para encerrar a sequência, teremos o índice de atividade econômica do Banco Central, na sexta-feira.

Em Brasília, a comissão mista de reforma tributária reúne-se na quarta-feira para ouvir o presidente do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e Distrito Federal, Rafael Fonteles, a respeito das propostas que estão tramitando no Congresso.

A visão dos estados a respeito da reforma é importante porque ajudará a mostrar as dificuldades de se simplificar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o tamanho da alíquota final de um imposto sobre valor agregado unificado e a disposição das administrações locais em aceitar eventuais perdas de arrecadação que podem ocorrer como efeito colateral da mudança no sistema.

Para encerrar, a Agência CMA agora também está no Telegram. Por ali você receberá alertas com as informações mais relevantes do dia e o comportamento do mercado. Para acessar, clique aqui.
NA SEMANA QUE PASSOU

A taxa do crédito imobiliário saiu de 11% para 7% em dois anos, registrando o menor patamar da história, o que tem levado as pessoas a procurarem mais essa opção na hora de comprar um imóvel. Porém, analistas e o setor acham que há espaço para queda no spread dos bancos na hora de conceder o financiamento.

O desempenho econômico do Brasil está acima do inicialmente previsto e o país será um dos primeiros a sair da crise, antes mesmo que os Estados Unidos, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Vamos sair da crise antes de vocês”, disse ele durante uma videoconferência do Aspen Security Forum 2020, após ser questionado por um mediador dos Estados Unidos a respeito da situação econômica e da saúde do Brasil.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, subiu pelo segundo mês seguido em julho, em 0,36% em relação a junho, intensificando o ritmo de alta, após avançar 0,26% no período anterior. Trata-se do maior resultado para um mês de julho desde 2016 (+0,52%). A alta do mês passado ficou praticamente em linha com a previsão, de 0,35%, conforme a mediana projetada pelo Termômetro CMA.

O banco central dos Estados Unidos manteve a taxa básica de juros do país entre zero e 0,25% ao ano, conforme esperado pelo mercado. A decisão foi unânime. A instituição reiterou que os juros continuarão neste nível “até estar confiante que a economia superou os eventos recentes e está a caminho de atingir os objetivos de máximo emprego e de estabilidade de preços”,

Mesmo com avanços em tratamentos e vacinas contra o novo coronavírus, não existe uma solução imediata para a pandemia e talvez nunca exista, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa. “O mundo tem feito avanços em identificar tratamentos que podem ajudar as pessoas com as formas mais sérias de covid-19 a se recuperaram”, disse ele.

O comitê de auditoria da CVC, com a participação de membro externo independente ad hoc e assessores externos contratados, concluiu o processo de apuração independente que tinha por objeto apurar os fatos relacionados às distorções identificadas pela companhia. O processo identificou deficiências nos sistemas, processos e controles relacionados à escrituração contábil da empresa, que contribuíram para ocorrência de distorções nas demonstrações financeiras.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros, a Selic, pela nona vez consecutiva, em 0,25 ponto percentual (pp), para 2% ao ano (aa). A decisão, que foi unânime, ficou dentro da aposta de 20 das 23 instituições financeiras consultadas pela Agência CMA.