NA PRÓXIMA SEMANA
A tensão entre os Estados Unidos e a China deve dominar o noticiário nos próximos dias, principalmente por causa da revisão do acordo comercial entre os dois países, agendada para 15 de agosto.
As relações entre norte-americanos e chineses estão estremecidas por vários fatores, mas os mais recentes dizem respeito a suspeitas que os norte-americanos estão levantando a respeito da segurança de equipamentos e softwares fornecidos por empresas chinesas, assim como ao apoio dos Estados Unidos aos protestos em Hong Kong. Iniciativas da Casa Branca que contestam simbolicamente a dominância de Pequim sobre Taiwan, como a visita do secretário de Saúde norte-americano à ilha, também entram nesse caldeirão.
Parte desse aumento na tensão reflete o jogo político nos Estados Unidos. Trump está perdendo apoio nas pesquisas de intenção de voto, e algumas começam a apontar seu rival democrata, Joe Biden, como provável vencedor nas urnas na eleição de novembro. A agressividade em relação à China é a marca registrada da administração atual, e o ressurgimento dela agora não é coincidência.
O mercado deve monitorar de perto este assunto por causa das potenciais consequências econômicas do distanciamento entre os dois países, entre eles a possibilidade de a China adotar medidas retaliatórias aos Estados Unidos - como as que foram tomadas no auge da guerra comercial entre os dois países.
Fora isso, vale acompanhar os dados sobre o setor de serviços de vários países, na quarta-feira. No mesmo dia serão publicados dados sobre a inflação dos Estados Unidos, e na sexta-feira sairão os números de vendas no varejo e produção industrial do país e da China.
No Brasil, o destaque vai para a divulgação da ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom. Na quarta-feira, o grupo reduziu a taxa básica de juros (Selic), como se esperava, mas indicou no comunicado com a decisão que ela pode cair mais, a depender do cenário fiscal.
O Copom também indicou ao mercado que a inflação só deve chegar perto do centro da meta em 2022 e que qualquer aumento nos juros no Brasil precisará ser precedido de elevação das expectativas do mercado e da própria instituição para a inflação.
Também estão previstos para a semana que vem os dados que ajudarão os investidores a terminar de pintar o quadro sobre a economia no segundo trimestre. Na quarta-feira estão previstos os dados sobre as vendas de varejo de junho, seguidos na quinta-feira pelos números sobre a receita do setor de serviços no mesmo período. Para encerrar a sequência, teremos o índice de atividade econômica do Banco Central, na sexta-feira.
Em Brasília, a comissão mista de reforma tributária reúne-se na quarta-feira para ouvir o presidente do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e Distrito Federal, Rafael Fonteles, a respeito das propostas que estão tramitando no Congresso.
A visão dos estados a respeito da reforma é importante porque ajudará a mostrar as dificuldades de se simplificar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o tamanho da alíquota final de um imposto sobre valor agregado unificado e a disposição das administrações locais em aceitar eventuais perdas de arrecadação que podem ocorrer como efeito colateral da mudança no sistema.
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